PT e PSDB avançam nas privatizações

No primeiro semestre, Kassab – ministro das cidades de Dilma-, veio a público anunciar a privatização do metrô de Porto Alegre e Belo Horizonte. Pouco tempo depois, como que numa ação coordenada, Alckmin, governador de São Paulo, anunciaria a privatização de mais uma linha do Metrô, a 5-lilás. Mesmo diante da comprovada ineficiência na gestão privada da linha 4-amarela – a qual, devido a sucessivos atrasos nas obras de expansão, levaram o próprio governador a romper o contrato com o Consórcio gestor, um ano após repassar 20 milhões de reais a estes empresários – a venda e concessão de empresas e ativos estatais avança a passos largos. Mesmo diante dos escandalosos porém milionários casos de corrupção da Lava Jato e do Trensalão, ambos situados nas relações entre grandes empresas privadas e estatais, governos das diferentes esferas sequer hesitam em intensificar e estreitar relações com exatamente estas mesmas empresas.

Enquanto o governo federal petista implementa medidas privatistas direcionadas ao metrô de Porto Alegre e Belo Horizonte, à diferentes rodovias e aeroportos e aos ativos da Petrobras, o governo estadual tucano avança na privatização do Metrô e da Sabesp. Executando com tamanha excelência o plano liberal para a austeridade, a ponto de receber calorosos elogios da diretora-gerente do FMI Cristine Lagarde, os gestores do estado brasileiro seguem atendendo os interesses e exigências do grande capital nacional e internacional. Seguem cortando direitos, salários e empregos, garantindo assim a manutenção das exorbitantes taxas de lucro dos empresários e banqueiros, à custa do padrão de vida dos trabalhadores. Somente no primeiro semestre, a massa salarial do trabalhador brasileiro encolheu cerca de 10%, tivemos cortes de mais de 10 bilhões na educação e na saúde do orçamento do governo federal, mas simultaneamente se deu o anuncio de novos recordes nos lucros em diversos bancos – como o Bradesco, que faturou 4,24 bilhões de reais em três meses. As políticas privatistas devem ser compreendidas, então, como mais uma iniciativa no conjunto de ataques à nossa classe, orquestrados por governos de todos as esferas associados aos grandes empresários que os financiam.

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| Privatizar é precarizar |

À primeira vista, privatizar é transferir para a iniciativa privada a gestão e/ou a posse de bens sob o controle do Estado. Contudo, é um equívoco pensar a privatização somente nesta dimensão. Mesmo compreendendo o Estado como um aparato político da classe dominante, com interesses convergentes aos dos grandes proprietários, empresários e banqueiros – ou seja, da própria iniciativa privada – é evidente o quanto um processo de privatização é prejudicial à classe trabalhadora. Pois todo processo de privatização envolve também demissão, redução salarial e perda de direitos, além de ser acompanhado de encarecimento das tarifas dos serviços, o que diminui o padrão de vida da classe trabalhadora ao elevar o custo de vida geral.

A privatização de uma empresa ou serviço estatal é um processo duplamente danoso aos trabalhadores; é ao mesmo tempo um ataque direto àquela categoria específica e um ataque indireto à classe trabalhadora em seu conjunto.

| Unidade e luta para barrar os ataques à nossa classe |

As privatizações – assim como as políticas de arrocho salarial, as demissões, as medidas legislativas que cortam e restringem direitos (MP 664 e 665, PL 4330), e o encarecimento das tarifas de serviços diversos (água, luz, transporte) – precisam ser barradas. Temos diante de nós a maior onde de ataques à nossa classe dos últimos anos. Hesitar agora é se entregar. Abaixar a cabeça é oferecer-se ao abate.

Se nós trabalhadores não avançarmos na organização de nossa luta em unidade, construindo cada vez mais paralisações, manifestações e jornadas nacionais, abrangendo cada vez mais categorias de nossa classe, certamente sofreremos reduções drásticas nos nossos padrões de vida. A miséria, a desigualdade e a injustiça se aprofundarão em nossa sociedade.

Urge rompermos as fronteiras que nos fragmentam e marcharmos como um só batalhão. Golpearmos como um só punho. Lutarmos como uma só classe.
Neste sentido, chamamos a todas e todos trabalhadores, assim como suas organizações, movimentos e partidos, a assumirem o enfrentamento diante dos governantes, proprietários, empresários e banqueiros. Chamamos a todos para que somem às iniciativas de luta e organização unitárias contra o conjunto dos ataques à nossa classe, por isso reforçamos o convite para a plenária contra as privatizações, convocada pelo Sindicato de Metroviários de São Paulo para o dia 11 de agosto (Local: Sindicato dos Metroviários – R. Serra do Japi, 31 às 18h).

Abaixo as privatizações e os ataques aos trabalhadores!
Pela unidade da classe trabalhadora!
Por mais dias nacionais de luta!
Construir a greve geral!