* Nota da sobre as sobre as demissões e precarização do trabalho da população jovem
Nos últimos meses, vemos um aprofundamento da crise no Brasil. Por meio de diversas medidas o governo federal tem garantido o lucro do patrão, atacando as condições de vida da classe trabalhadora a partir da redução dos postos de trabalho e/ou dos salários. O ataque à nossa classe vem de todos os lados, seja visando diretamente o trabalho, por meio de demissões – só no setor industrial, 64.228 trabalhadores perderam seus empregos no mês de junho – seja por meio de medidas que tentam impor reduções salariais – como no recente Programa de Proteção ao Emprego, que permite que 15% do salário do trabalhador seja reduzido, ou seja, não protege o emprego, mas sim o lucro do patrão. Além disso, a inflação não para de crescer, atingindo preços de produtos e serviços, como as contas de água e luz, o que precariza cada vez mais a vida do trabalhador.
Mas o que a juventude tem a ver com esses ataques e qual o papel dela perante eles?
Recentemente uma pesquisa do IBGE mostrou que os mais afetados pelo crescente desemprego no Brasil são os jovens entre 18 e 24 anos, faixa etária a qual marcou uma taxa de 16,2% – a maior dos últimos anos. Além disso, os cortes na educação, como os que atingiram o FIES e as bolsas de permanência das universidades federais, também impactam diretamente nos jovens trabalhadores, piorando ainda mais suas condições de vida.
Somado a isso, as medidas tomadas pelo governo do PT apontam para um cenário futuro de maior incerteza, instabilidade e precarização para a juventude. As atuais ações do Estado para conter a crise, tomadas em conjunto e consonância com os grandes empresários, tem sido evidentes tentativas de impor um pacote que aumente a rotatividade no trabalho, reduza salários e direitos – tanto o Projeto de Lei da terceirização (PLC 30), quanto as restrições no seguro desemprego (MP 665), ou mesmo as privatizações e concessões, são expressões disso.
Com o aprofundamento da crise, faz-se necessário que a juventude se alie com a classe trabalhadora em geral e lute em unidade contra os cortes e ataques do Estado e dos patrões. A única forma hoje da juventude barrar os ataques que lhe são dirigidos, é compreendendo-se como parte da classe, e fazendo das lutas dos trabalhadores a sua luta também. É erguendo mobilizações de solidariedade às diversas categorias que estão enfrentando os governos e os patrões. E, principalmente, participando das mobilizações nacionais e amplas que pautem a defesa contra os ataques.
Unificar a luta da juventude com a da classe trabalhadora, respondendo de conjunto às medidas de austeridade e às investidas contra as nossas condições de vida. Esta é a tarefa revolucionária dos jovens no próximo período.