*Posição sobre conjuntura
Frente ao cenário de crise econômica, o PT rapidamente se posicionou a favor do empresariado e atacou os trabalhadores de todas as maneiras que podia: com redução de salários (PPE), dificultando ainda mais o acesso ao seguro-desemprego com as MP’s 664 e 665 e ampliando a terceirização com a PL4330, o que precariza ainda mais os postos de trabalho. Somamos a essas medidas os cortes bilionários nos orçamentos públicos para diversos setores administrados pelo governo. O motivo dos cortes, dizem, é a necessidade de enxugar os gastos do Estado, mas o que vemos é uma crise jogada sempre nas costas dos trabalhadores e da juventude, como por exemplo na Educação, com a piora das condições de trabalho e estudo nas escolas e universidades públicas, bem como a redução de suas políticas de acesso e permanência para a juventude trabalhadora. Além de apontar para um processo de privatização que vem se delineando também para outros serviços geridos pelo governo.
O resultado de tais medidas é evidente: onerando a classe trabalhadora como um todo, o governo federal garantiu lucros recorde para bancos como Bradesco e Itaú no primeiro semestre de 2015.
Em consonância com os passos anteriores, na segunda-feira 14.09.15 o governo Dilma anunciou um pacote fiscal detalhado para o aumento da arrecadação do Estado e para a diminuição de seus gastos. As medidas marcam um momento crítico da conjuntura política do país, na medida em que pontos importantes desse pacote – como os cortes no Sistema S e a volta da CPMF – colocam contra o governo alguns setores que há pouco integraram o “pacto de governabilidade” para Dilma, como a FIRJAN. Paralelamente vemos uma oposição que, apesar de apoiar as medidas, tenta se erguer sobre a impopularidade e a tensão gerada por elas. Mas para além do jogo político, essas medidas tem impacto concreto sobre a vida dos trabalhadores Prevê o congelamento dos concursos públicos e dos reajustes salariais dos servidores até 2016, o que, numa conjuntura como a de agora – de alta inflação e demissões em massa nos diversos setores – , só quer dizer arrocho salarial e aumento do desemprego, que já atinge 20% na faixa dos 18 aos 24 anos, além da eliminação do abono permanência para os aposentados, cortes de verba para na Saúde e mesmo nos programas sociais como o Minha Casa Minha Vida, que eram levados como carro-chefe da política petista. As medidas desse pacote de austeridade só reforçam o papel do PT enquanto inimigo da classe trabalhadora, o que nos permite colocá-lo, sem hesitar, do mesmo lado dos demais partidos da ordem, como o PSDB e o PMDB.
O projeto reformista do PT, de conciliação entre os patrões e os trabalhadores se mostrou insustentável e hoje sofremos seus erros. Apontam para a classe trabalhadora, em suas diversas categorias, o caminho do desemprego e do arrocho, rebaixando as condições de vida e cercando o acesso aos serviços públicos. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, isso se deve ao fato de que, frente a crise, cada um deve fazer a sua parte. Nesse sentido, não há desacordo: o Estado brasileiro está fazendo o papel que lhe cabe, de defender o lucro e a exploração dos grandes empresários e banqueiros. Cabe aos trabalhadores também fazer a sua, se organizando de maneira independente dos empresários e dos aliados deles, rompendo com o governismo e a hesitação frente a derrubada do governo petista e de qualquer outro, para assim avançar na defesa de seus próprios interesses de classe. A luta contra as demissões, os cortes, a repressão e os demais ataques que estão por vir nesssa conjuntura – que aponta somente para o acirramento – faz necessária para a confiança dos trabalhadores nos seus próprios instrumentos, e para dar o próximo passo passaremos invariavelmente pela contraposição ao governo petista.
ABAIXO O PACOTE DE DILMA!
BASTA DE ATAQUES À NOSSA CLASSE! DERRUBAR O GOVERNO PETISTA!