Lésbicas e bissexuais na luta!

Nos últimos tempos, houve um enorme avanço no sentido de aceitação da população LGBT, vemos cada vez mais casais homossexuais nas novelas e nas mídias em geral e a homofobia está se tornando-se cada vez mais inaceitável. Mas que visibilidade é essa? Quanto de fato avançamos? As lésbicas e as bissexuais estão sendo representadas como? Não podemos nos enganar achando que com essa maior visibilidade estamos em um mundo em que não existe mais discriminação contra LGBTs ou que avanços de representação LGBT representam necessariamente avanços para as mulheres.

A realidade que nós enfrentamos já comprova no dia dia que a lesbofobia permanece. Continuamos nos sentindo inseguras andando pela rua com nossas parceiras, continuarmos sendo tratadas como fantasias sexuais para homens héteros, continua havendo uma carência de políticas de saúde pública para mulheres que se relacionam com mulheres… E a própria maior representação no caso das mulheres lésbicas e bissexuais não pode necessariamente ser considerada como vitória, pois frequentemente acaba reforçando a imagem pornográfica sobre relacionamento entre mulheres (como é o caso de filmes famosos como “Azul é a cor mais quente”, ou de videoclipes como o da Shakira com a Rihanna “Can’t Remember To Forget You”). Além do fato da representação ainda ser pequena, ainda são poucos os filmes que possuem personagens declaradamente não héteros e desses uma porcentagem ainda menor é de histórias sobre mulheres.

E essa invisibilização não acontece só por parte da mídia, o movimento LGBT é bastante masculino e pautas específicas das mulheres lésbicas e bissexuais como a luta contra a pornografia, educação sexual não falocêntrica e por espaços de confraternização para mulheres, nunca de fato chegaram a entrar como pautas do movimento LGBT. A caminhada de mulheres lésbicas e bissexuais surgiu justamente por esse entendimento de que as pautas das mulheres são invisibilizadas dentro do movimento LGBT em geral e dentro da parada gay em específico. Assim todos os anos um dia antes da parada gay as mulheres marcham para tornarem a si mesmas e suas pautas visíveis.

LÉSBICAS E BISSEXUAIS RESISTEM!

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Panfleto entregue na caminhada