Categoria: Panfleto impresso
Levantar a bandeira revolucionária derrotar a reação!
* panfleto distribuído no Encontro de Anarquistas de 19.03.2016
O aprofundamento da crise capitalista internacional, tem impactado de maneira cada vez mais drástica na situação nacional. Por um lado, grandes empresários avançam com arrocho salarial, demissão e terceirização; por outro, governos de unidade com todos os partidos da ordem – PT PSDB PMDB e outros – realizam cortes na Saúde, na Educação, Transportes e outros serviços essenciais, privatizam as poucas empresas estatais que ainda restam, restringem direitos, mas também, aprovam leis e iniciativas de endurecimento do regime – com evidente destaque à Lei Antiterror, formulada e já sancionada pelo governo federal petista. Lutar para defender as condições de vida de nossa classe trabalhadora é lutar contra todos estes ataques e seus autores; é lutar tanto contra os grandes capitalistas imperialistas, nacionais e internacionais, quanto contra todos os governos, parlamentares e partidos da ordem.
Outro fator também precisa ser observado: durante décadas, enorme parcela das massas trabalhadoras tiverem o projeto petista como referência. Este, com seu discurso de esquerda e suas promessas de reformas sociais, conquistou a simpatia de nossa classe. Entretanto, com sua chegada ao poder, acabou por aplicar políticas nocivas aos trabalhadores, exatamente como seus antecessores. Esta enorme distância entre um discurso progressista e uma prática política submissa aos interesses imperialistas – que sequer poderia ser diferente, pois o estado é tão somente o aparato político dos grandes capitalistas – gerou, após 13 anos na presidência, enorme desgaste e descrédito de nossa classe frente ao projeto petista.
A degeneração do PT e toda a crise política abriu espaço para o crescimento de setores de extrema-direita. As tradicionais insígnias da esquerda passaram a ser identificadas com a traição do Partido dito dos Trabalhadores e assim discursos irracionais tem sido perpetuados contra símbolos como a cor vermelha, entre outros. O legítimo sentimento popular de repulsa ao petismo tem sido manobrado para tornar-se uma ataque generalizado à toda esquerda.
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O que fazer para barrar o aumento
* Panfleto com nossa posição sobre a luta contra o aumento
* unidade da classe e luta na rua *
Milhões de pessoas pegam ônibus, metrô e trem diariamente para se deslocarem aos seus trabalhos e às suas escolas. Todas estas conhecem muito bem a precária situação do transporte de massas na grande São Paulo – atrasos, superlotação, falhas, acidentes e mesmo assédio, no caso das mulheres, fazem parte do nosso cotidiano. Assalariados em regime CLT, pagam 6% de seu salário tão somente para irem e voltarem do trabalho; muitos outros arcam sozinhos com o custo das tarifas. Desse enorme setor de nossa classe, a luta contra o aumento das tarifas mobiliza e aglutina, já há anos, uma grande quantidade de pessoas organizadas das mais diversas maneiras – no atual período, é efetivamente a pauta mais unificadora.
Para barrarmos o aumento, devemos aproveitar ao máximo o enorme alcance e o amplo leque de lutadores que se envolvem nesse embate. É exatamente neste ponto que reside a importância do Bloco de Luta: ele que tem a possibilidade de ser o fórum de planejamento de estratégias e execução de ações em comum de todas as forças na luta. Neste sentido, nós saudamos a fundação do Bloco e convocamos todos os grupos e pessoas que compõem a luta contra o aumento – em especial o MPL – a somar forças neste espaço.
* pragmatismo na análise e radicalidade na ação *
O fórum que estamos construindo pode tornar-se o principal pólo aglutinador, todavia, para tal faz-se necessário evitarmos alguns equívocos e vícios típicos de uma esquerda reformista e também, muitas vezes, idealista.
Para barrarmos o aumento é preciso nos focarmos no que nos unifica e que de fato, na atual conjuntura, pode ser conquistado: barrar o aumento da tarifa. É a luta para barrar o 3,80 que nos unifica e que pode ser vencida. Debatermos qual seria a pretensa solução ideal para o transporte de massas no enorme conurbado urbano da grande São Paulo, só serviria para nos desgastarmos e perdemos tempo inutilmente. Até mesmo pois, não somos e nem queremos ser gestores do Estado, tampouco haverá qualquer solução real para qualquer um dos problemas de nossa classe sem rompermos com o modo de produção capitalista. Não temos dúvidas de que os trabalhadores, em seu conjunto, terão o controle dos trens e ônibus e garantirão um transporte de qualidade e gratuito, mas não tenhamos dúvidas de que o teremos nos organizando e tomando os trens e ônibus – e todo o resto – não a partir de uma concessão estatal.
Mas também, não podemos nunca perder o horizonte de que somente a luta radicalizada poderá nos trazer algum resultado. As plenárias do Bloco precisam se tornar um espaço de debate, deliberação e organização de ações em comum. O maior perigo que este fórum corre é o de tornar-se mais um espaço de palanque: saturar-se em inflamados discursos, cheios de combatividade em suas palavras, mas vazios de ações reais. Infelizmente sabemos que este é um risco bem real, pois recorrentemente fóruns de esquerda recaem nesse lamaçal.
Neste ponto, reconhecemos o acerto dos militantes do MPL, assim como dos secundaristas na luta contra a “reorganização”, de não confiarem em nada senão nas suas organizações e na ação direta; nas manifestações de rua, nas ocupações, no trancamento de vias e terminais estratégicos. O Bloco de Luta não pode nem se tornar um espaço infértil de meras palavras bonitas, tampouco achar que algum parlamentar poderá nos ajudar.
* superar os limites do autonomismo e os vícios reformistas da esquerda *
Barrar o aumento da tarifa é possível. Uma enorme vanguarda de milhares de lutadores, das mais diversas categorias de trabalhadores, escolas, universidades, bairros, está mobilizada para este combate. Este contingente não está disposto ao arrego – é provável que ainda teremos uma longa jornada pela frente. É preciso, a partir dessa diversidade e empenho, enraizarmos a luta, radicalizando, massificando e generalizando a revolta popular contra o 3,80. Para tal, é essencial superarmos o atomismo e o sectarismo de parte dos setores – em especial do MPL e do autonomismo – e unificarmos forças, organizando a luta coletivamente. Todavia, a superação desses limites não pode, de maneira alguma, resultar num recaída nos velhos vícios reformistas da esquerda. Ainda que o Bloco de Luta seja o espaço onde a unidade na ação de todas os setores em luta possa ser realizada, ele só conseguirá cumprir seu papel superando as limitações sectárias do autonomismo – assim como dalgumas forças já inseridas neste fórum – e, simultaneamente, o risco de se tornar um espaço infértil de disputas utópicas e longos discursos, que não se materializam em ações concretas.
Superar, de uma só vez, os limites do autonomismo e os vícios reformistas da esquerda é o desafio que a atual conjuntura da luta da classe trabalhadora e sua juventude contra a piora nas suas condições de vida nos impõe.
3,80 NÃO!
Unificar as lutas para vencer a batalha!
*panfleto para o ato de hoje e a plenária de amanhã
O ato nacional do dia 18 e o Encontro de trabalhadoras e trabalhadores do dia 19 de setembro são dois importantes passos para a luta de toda nossa classe. Até agora tivemos algumas vitórias com as greves ao longo do ano, mas os ataques tem sido tantos e tão generalizados que devemos reconhecer que estas vitórias foram apenas parciais. É preciso unificarmos as lutas e radicalizarmos nossos métodos rumo à construção de novas paralisações para barrarmos de fato os ataques que o governo do PT tem feito aos trabalhadores! Não podemos mais perder tempo: quem ocupa a cadeira de gestor do Estado jamais defenderá os interesses da classe trabalhadora! Devemos organizar nossas defesas desde as bases e de forma unificada impor uma derrota àqueles que nos exploram! Por isso nós da Aliança Anarquista estamos compondo estes espaços e saudamos todos os lutadores e lutadoras que estão nesta construção!
| Construir um movimento combativo e independente! |
É tarefa fundamental conseguirmos romper com a fragmentação de nossa classe, superando as greves por categorias e por fábricas para erguer um movimento que abarque largos setores de trabalhadores e consiga derrotar os ataques que se armam contra nós! Uma unidade necessária para que – de norte a sul – seja possível a construção de ações diretas a nível nacional, como as paralisações e a greve geral, tão importantes para o nosso fortalecimento!
Também é essencial que a organização do conjunto da classe trabalhadora seja combativa, independente e não se torne um polo eleitoreiro. Para isso é preciso barrar tanto os ataques vindos dos governos – como a Agenda Brasil e as Medidas Provisórias do governo petista – quanto os ataques gerais por parte dos capitalistas como o arrocho e as demissões. Não podemos fomentar ilusões na troca de gestores, pois não é a mudança do nome de quem ocupa as cadeiras do Estado que fará com que ele defenda os interesses de nossa classe. Construir um campo classista, combativo e antigovernista e que não tarde em tomar uma posição firme pela derrubada de todos aqueles que ousam atacar as condições de vida dos trabalhadores, pois qualquer hesitação neste sentido só beneficia os próprios governos e os capitalistas.
Se a classe trabalhadora tudo produz, a ela tudo pertence! Avante companheiros!
Organizar a revolta, defender a classe e desestabilizar a democracia dos capitalistas!
Construir em unidade a luta contra as investidas do Estado e da patronal!
Panfleto de lançamento da Aliança Anarquista
Apresenta-se, neste 1º de maio – data histórica da luta dos trabalhadores contra seus algozes – a Aliança Anarquista. Proposta que surge dos anseios da militância comprometida com a luta de classes e que reconhece como central a necessidade de agrupar a vanguarda presente nos diversos locais de trabalho e estudo em um partido orientado por um programa revolucionário anarquista. Um programa para as lutas dos trabalhadores contra seus exploradores, de forma a romper totalmente com o capitalismo e o Estado. Uma organização que não tema a responsabilidade de estar à altura dos desafios e necessidades imposto pela atual situação da luta de classes.
Conclamamos todas as pessoas que dão o sangue e o suor pela classe trabalhadora, e sentem a necessidade da destruição deste regime de exploração, a lerem o manifesto da Aliança Anarquista. Mais do que isso, que aceitem o desafio e a responsabilidade de colocar na ordem do dia a combatividade necessária para a consolidação do poder da classe trabalhadora, através da tomada dos meios de produção e a destruição do órgão máximo da defesa do capital: o Estado.
O manifesto está lançado e aborda uma breve discussão sobre conjuntura nacional, com avaliação sobre a crise do capitalismo e a crise da social-democracia, a necessidade da construção de uma organização que reúna a vanguarda nascida no seio da classe em luta. Apresenta também as diferenças centrais com demais organizações que se reivindicam anarquistas hoje, com o autonomismo e com as linhas do comunismo-marxista.
Faremos uma série de encontros para colocar este manifesto em debate com todas as pessoas interessadas. Confira no site as datas e locais.
Trabalhadores ao poder!