FORA TEMER!

* Análise de conjuntura frente a mudança no governo federal

 I. Governo Temer é continuidade do governo Dilma

Em tão poucos dias à frente do governo federal Temer já mostrou a que veio: continuar a política anti-trabalho perpetuados por sua antecessora. Longe de significar uma ruptura, o processo de impeachment de Dilma, que levou o pmdebista ao poder, é marcado profundamente pela continuidade – em especial no âmbito dos ataques à classe trabalhadora e seus direitos.

Temer pretende seguir a risca os passos de Dilma, mantendo a política de cortes na Saúde, na Educação e em programas sociais (FIES, Minha Casa Minha Vida, entre outros), privatização das estatais que sobraram, arrocho salarial e congelamento de contratações de servidores além de retrocessos em direitos trabalhistas historicamente conquistados, com destaque ao ataque à previdência – uma das principais metas do antigo governo Dilma, a qual Temer já assumiu como sua. Tão somente em um único dia – no último de seu decadente governo – Dilma aprovou: o fim da Bolsa Permanência nas universidades públicas para alunos de baixa renda, um aumento de 237,5% na prestação do Minha Casa Minha Vida para a faixa que engloba as pessoas mais pobres no programa, oficialização da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que irá acarretar em extermínio de ecossistemas e população indígenas e a Lei Geral das Olimpíadas. Já o governo Temer, logo nos primeiros dias de seu governo, anunciou, através de seus ministros, que pretende continuar a política de precarização do SUS, das Universidades Federais, entre outros ataques.

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Abaixo o despejo do SINTUSP e do SINTUFF!

No dia 6 de abril, a reitoria da Universidade de São Paulo notificou o Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) que este deve desocupar sua sede – espaço utilizado pelos trabalhadores desde a década de 60 – num prazo de 30 dias.

Os trabalhadores da USP já deram a resposta:
“NÃO SAIREMOS DE NOSSA SEDE E RESISTIREMOS ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS!”

Com uma sintonia de se impressionar, a burocracia que gere a Universidade Federal Fluminense (UFF) conseguiu uma liminar com ordem de despejo da sede do SINTUFF, que há 30 anos está dentro da Universidade. O prazo de desocupação se encerra no dia 21 de abril.

Em ambos os casos, a corja burocrática das universidades ameaçam os trabalhadores, seus lutadores e suas respectivas entidades organizativas, com a força policial, caso não aceitem suas absurdas imposições e ataques de maneira submissa e dócil.

Importante salientar que não se trata de ataques isolados aos companheiros sindicalistas da USP e da UFF: são inúmeras as medidas antissindicais e os processos administrativos e judiciais que as burocracias universitárias movem contra os diretores dos sindicatos – sem nos esquecer, é claro, do companheiro Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP demitido por motivos políticos em dezembro de 2008.

Não se trata, tampouco, de ataques exclusivos aos trabalhadores da USP e da UFF: com o aprofundamento da internacional crise econômica capitalista e a correlacionada crise política nacional, os grandes capitalistas em conjunto com seus gestores do Estado e diversos burocratas têm realizados uma série de ataques contra os salários, empregos e direitos de nossa classe, assim como, perseguido de todas as maneiras aqueles que ousam lutar e, assim, ousam vencer.

Nós da Aliança Anarquista assinamos em baixo do Manifesto lançado em defesa do SINTUSP, e também a nota pela revogação do despejo do SINTUFF.

Contra o despejo do SINTUFF e do SINTUSP!

Toda solidariedade aos lutadores da USP e da UFF!

* leia e assine a nota contra o despejo do SINTUFF:
http://sintuff.blogspot.com.br/2016/03/contra-criminalizacao-dos-que-lutam.html

* leia e assine o manifesto contra a ordem de desocupação da sede do sintusp:
https://manifestopelosintusp.wordpress.com/

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Solidariedade aos companheiros caídos da LCP, MAB e todos os movimentos de luta do campo!

Os trabalhadores rurais Vilmar Bordim e Leomar Bhorbak do Paraná, e Ivanildo Francico da Silva de Paraíba, não foram os únicos a serem recentemente assassinados por pistoleiros em ações conjuntas com policiais militares e com a conivência da justiça dos ricos, de todos os governo estaduais, e mesmo do governo federal petista, o qual teve, desde o primeiro mandato de Lula, os latifundiários – mandatários destes brutais homicídios – como grandes aliados.

Ainda neste ano de 2016, no dia 23 de janeiro, os companheiros Enilson Ribeiro dos Santos e Valdiro Chagas de Moura foram perseguidos, baleados e mortos – com golpes de pedra que esmagaram suas cabeças – por pistoleiros, em plena luz do dia numa região movimentada da cidade de Jaru, Rondônia. Ambos eram lideranças do Acampamento Paulo Justino, localizado em Alto Paraíso. Enilson, além disso, era coordenador da Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Importante lembrar que há menos de um ano, no 1° de maio de 2015, também em Rondônia, o camarada Paulo Justino Pereira, na época presidente da Associação Vladmir Lênin, que organiza trabalhadores rurais na região, fora assassinado a pauladas. Também não podemos esquecer, de Dona Terezinha – liderança da luta pela terra – que há poucos meses fora assassinada com golpes de machado no Assentamento Élico Machado, localizado em Monte Negro, Rondônia.

A repressão não se limita ao Vale do Jamari, tampouco ao estado de Rondônia – governado por Confúcio Moura (PMDB) tendo Daniel Pereira (PSB) como vice – e ao estado do Paraná – governado por Beto Richa (PSDB). Ainda este ano, em 19 de janeiro, em Pedras de Maria da Cruz (norte de Minas Gerais, estado governado por Fernando Pimentel do PT), José Osmar Rodrigues Almeida teve seu crânio fraturado por pauladas ao chegar em casa. José Osmar é irmão do dirigente da LCP Cleomar Rodrigues, que fora assassinato por pistoleiros numa emboscada em outubro de 2014.

Nós da Aliança Anarquista nos solidarizamos com todos os companheiros trabalhadores rurais caídos na luta contra os capitalistas latifundiários. Independente de suas organizações e de divergências, um trabalhador morto em combate é, para nós, um companheiro que deve ser respeitado.

A todos estes trabalhadores assassinados dedicaremos não somente um minuto de silêncio, mas uma vida inteira de lutas!

Abaixo à escalada repressiva no campo!
Viva a luta dos trabalhadores rurais!

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Solidariedade aos trabalhadores sem terra!

Com a polarização política, a repressão perpetuada tanto pela polícia quanto por pistoleiros à serviço dos latifundiários do capitalismo agropecuário tem se intensificado brutalmente. Somente na última semana, três ataques foram desferidos contra trabalhadores, dois deles com vitimas fatais.

No dia 7 deste mês, em Quedas do Iguaçu, ao menos 6 trabalhadores foram feridos e 2 mortos – Vilmar Bordim e Leomar Bhorbak – numa emboscada promovida em conjunto pelo aparato da PM do Paraná com seguranças privados da Araupel.

No dia 6, Ivanildo Francisco da Silva, liderança dos trabalhadores rurais da Paraíba, foi assassinado na frente de sua filha.

Por último, mais de uma centena de famílias foram expulsas do Acampamento Hugo Chávez (Cacaulândia, Roraima). Após, os pistoleiros à serviço dos latifundiários incendiaram o acampamento.

Apesar de nossas divergências com as direções tomadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, certamente nos solidarizamos com estes trabalhadores reprimidos, violentados e assassinados.

Abaixo a repressão!
Toda solidariedade aos trabalhadores rurais sem-terra!

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Solidariedade contra a reintegração da MABE em Hortolândia

No dia 3.04, último domingo, os trabalhadores da MABE em Hortolândia foram reprimidos durante a operação de reintegração de posse na ocupação que mantinham desde fevereiro contra a demissão de cerca de 2 mil operários quando a empresa decretou falência. A negociação que estava sendo levada na Justiça sobre o fim da ocupação foi atropelada pela empresa em ação conjunta com a PM, lançando mão de helicóptero, bombas, sprays de pimenta e soldados de rapel. Com auxílio da segurança privada, bate-paus contratados pela MABE e a polícia militar expulsaram os trabalhadores de dentro da fábrica, onde tiveram de deixar seus pertences.

Em resposta a isso, está sendo mantido um acampamento na portaria da fábrica, para que as operações da empresa (que reabriu sob outro CNPJ para continuar funcionando com menos trabalhadores) sejam paradas.

Essa ação contra a ocupação dos trabalhadores da MABE é um exemplo de como o acirramento da crise econômica vem aumentando o acirramento da luta entre patrões e empregados. Empregos e salários ameaçados geram cada vez mais necessidade de luta, e os companheiros que hoje permanecem ocupados nos portões da MABE sabem disso. A repressão policial testemunhada nesse domingo é o medo dos grandes capitalistas, seu principal meio de nos manter calados frente a essa exploração e esses roubos a que nos sujeitam principalmente durante a crise.

Todos apoio aos trabalhadores da MABE!
Contra a repressão!
Não aceitaremos demissões!
MABE caloteira!

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+ infos: http://www.metalcampinas.org.br/

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