A crise do PT e a luta dos trabalhadores

Nos últimos dias vimos uma enxurrada de notícias, posicionamentos, defesas e contrariedades diante da ação da PF na fase mais recente da Lava-jato, que teve como foco a investigação de Lula. Ele e seu partido, o PT, têm nessa situação um ponto nevrálgico de sua estratégia mais ampla para o próximo período: a desvinculação da imagem do partido e de Lula do atual governo Dilma, com os olhos na corrida eleitoreira de 2018. E enquanto o quadro de crise econômica se agrava, a crise política se aprofunda em seus desdobramentos, o que pode colocar o PT como empecilho, inclusive para as medidas de austeridade e repressão que tenta impor aos trabalhadores. E é aí que reside sua maior contradição.

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Durante sua história, um aspecto da política petista marcou a essência mais nociva desse partido para a luta geral dos trabalhadores: o aparelhamento de grande parte da estrutura sindical e dos movimentos sociais a fim de usá-los como simples meios de negociação – um dos pressupostos da cartilha do sindicalismo pelego que impulsionam. A crise de hoje cobra-os do contrário, mostra a perversidade e a ineficácia das tentativas de orquestrar as demandas da classe trabalhadora com a gerência e o funcionamento do Estado, e portanto com os interesses dos empresários. Hoje, o esgotamento desse projeto se mostra na prática, na corrosão das condições de vida dos trabalhadores pela inflação, nas demissões e flexibilização de seus direitos historicamente conseguidos pelas suas lutas; e mais fortemente ainda, quando os trabalhadores se colocam hoje contra suas medidas nas assembleias e nas suas mobilizações.

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